Coordenadora do curso de Nutrição explora a função da pesquisa, mostrando como o conhecimento científico impacta a qualidade de vida da comunidade
Docente do curso de Nutrição e atual coordenadora do curso de Nutrição da Unifev, a Profa. Dra. Letícia Barufi tem sua carreira profissional envolvida com a ciência, a qualidade de vida das pessoas e com o impacto social há mais de uma década. Por meio de projetos de iniciação científica e de extensão, busca promover a saúde, o conhecimento e a transformação para além da sala de aula. Nesta entrevista, ela revela seu olhar sobre a importância da pesquisa no ensino superior e sua experiência em combinar teoria e prática na formação dos universitários.
A entrevista compõe a série de entrevistas com pesquisadores da Coordenação de Pesquisa da Unifev, que valoriza a produção científica desenvolvida na Instituição. Ao destacar histórias como a da professora Letícia, o projeto reforça o compromisso com a excelência acadêmica, incentivando a integração entre ensino, pesquisa e extensão como pilares da formação universitária.
Confira na íntegra o bate-papo:
Pergunta: Há quanto tempo atua como docente e pesquisadora? Quantos artigos já publicou?
Resposta: Estou na docência há mais de 15 anos e na pesquisa clínica há 13. Desde então, coordeno pesquisas pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Famerp).
Publiquei mais de 15 artigos em revistas nacionais e internacionais, além de resumos em anais de congresso e participação em eventos científicos.
Pergunta: Como surgiu seu interesse pela pesquisa?
Resposta: Sempre gostei de pesquisa e, no primeiro ano da graduação, tive meu contato com a iniciação científica e, desde então, nunca mais parei. A área científica estimula a curiosidade e a busca por conhecimento para solucionar problemas e contribuir com a prevenção ou melhoria das doenças.
Pergunta: Qual é sua principal linha de pesquisa atualmente?
Resposta: Trabalho principalmente com a área da nutrição clínica, mas, em especial, na área de hipertensão, em que atuo buscando respostas por meio da avaliação da microbiota intestinal na ação da melhoria da saúde desses pacientes.
Pergunta: Houve projetos com financiamento externos?
Resposta: Atuei como bolsista em dois projetos, o Prever e o Bridge, ambos voltados a pacientes hipertensos.
Pergunta: Quais os maiores desafios na trajetória como pesquisadora?
Resposta: Conseguir financiamento é um dos principais desafios, tanto pela concorrência quanto pela burocracia na gestão dos recursos. A falta de infraestrutura e equipamentos também pode limitar o desenvolvimento das pesquisas.
Pergunta: E os maiores aprendizados?
Resposta: A ética e a responsabilidade são fundamentais na pesquisa clínica, sempre priorizando a segurança dos participantes. Também aprendi sobre paciência e resiliência diante dos desafios do processo, e a importância da colaboração com equipes multidisciplinares para alcançar resultados consistentes.
Pergunta: Existe algum projeto do qual você se orgulha particularmente?
Resposta: Todos foram marcantes, mas destaco o projeto multicêntrico Prever, realizado em 26 centros no Brasil ao longo de 5 anos. Enfrentei grandes desafios, desde a busca por participantes até a randomização duplo-cega, visitas de monitoras e, por fim, a publicação dos resultados.
Pergunta: Para você, qual é a importância da iniciação científica na graduação?
Resposta: A iniciação científica é fundamental na formação do estudante, pois desenvolve habilidades como questionamento, planejamento, execução e análise de pesquisas. Além de preparar para a carreira acadêmica, aproxima o aluno da rotina científica e contribui com conhecimento relevante para a sociedade.
Pergunta: Que conselho você daria a quem quer começar a pesquisar, mas não sabe por onde iniciar?
Resposta: Escolha um tema que te motive, pense nas aulas ou assuntos que mais te despertaram curiosidade. Isso ajuda a manter a motivação, até nos momentos difíceis. Depois, procure um professor da área para te orientar. Com a supervisão dele, entenda a dinâmica da iniciação científica, elabore um projeto e mãos à obra!
Pergunta: Quais qualidades são fundamentais para o perfil de um bom pesquisador?
Resposta: Um bom pesquisador reúne habilidades técnicas e traços como resiliência, curiosidade e capacidade de trabalhar em equipe. É alguém que conduz a ciência com dedicação e aprende a enfrentar os desafios que surgirem.
Pergunta: Como a pesquisa influencia a qualidade do ensino?
Resposta: A pesquisa transforma o papel do professor, ele deixa de ser apenas um transmissor de informações e passa a atuar como mediador do conhecimento, orientando os alunos em processos mais ativos de aprendizagem. Isso garante um ensino mais atualizado, conectado com a realidade e mais relevante. Além disso, estimula o pensamento crítico nos estudantes, que são incentivados a ir além da memorização e a desenvolver habilidades essenciais de um pesquisador, como a curiosidade, a análise crítica e a resolução de problemas.
Pergunta: Quem é o(a) pesquisador(a) ou cientista que mais a inspira?
Resposta: Admiro cientistas da saúde que buscam curas e avanços nos tratamentos. Um pesquisador que me inspira é Oswaldo Cruz.
Pergunta: Complete a frase: Fazer pesquisa é...
Resposta: ... transformar curiosidade em conhecimento. Transformar vidas.