Com mais de uma década de atuação, Prof. Dr. Fernando Kendy Aoki Rizzatto desenvolve projetos que unem tecnologia, saúde e sociedade
O Prof. Dr. Fernando Kendy Aoki Rizzatto, docente da Unifev, é um exemplo de como a tecnologia pode se conectar a áreas que vão além da programação. Com uma experiência acadêmica que une Ciência da Computação e Engenharia Biomédica, ele mostra como a pesquisa pode ser um instrumento necessário para solucionar problemas reais, da gestão ambiental à saúde.
Nesta iniciativa da Coordenação de Pesquisa da Instituição, o docente destaca seu prazer por fazer ciência, os desafios de uma carreira multidisciplinar e a importância de transformar a curiosidade em inovação.
Confira na íntegra como foi o bate-papo:
Pergunta: Na Unifev, qual é sua área de atuação?
Resposta: Atuo principalmente em unidades curriculares na área de Ciência da Computação, mas também participo de projetos em Engenharia da Computação, Engenharia Elétrica, Engenharia Mecânica, Engenharia Civil, Engenharia de Produção e Sistemas de Informação. Já trabalhei com algoritmos, programação, redes de computadores, robótica, banco de dados, segurança da informação, sistemas distribuídos e engenharia de software. Acredito que a Computação tem um papel central e interdisciplinar em praticamente todos os campos da Engenharia e da Tecnologia.
Pergunta: Há quanto tempo atua como docente e pesquisador?
Resposta: Sou docente da Unifev desde 2013, então já são mais de 11 anos em sala de aula. Minha trajetória como pesquisador começou no mestrado em Ciências Ambientais, em 2014, seguido pelo doutorado em Engenharia Biomédica concluído em 2024. Em 2025, iniciei meu pós-doutorado na mesma área.
Pergunta: Quantas pesquisas e artigos já produziu?
Resposta: Ao longo da minha carreira, produzi capítulo de livro, artigos completos em anais de congressos, apresentações de trabalhos científicos, além de quatro registros de software no INPI. Somando tudo, tenho mais de 15 trabalhos publicados ou apresentados. Também já orientei e coorientei dezenas de TCCs e projetos de iniciação científica que resultaram em softwares, protótipos e soluções aplicadas.
Pergunta: O que despertou seu interesse pela pesquisa científica?
Resposta: Foi perceber como a tecnologia pode resolver problemas reais. No mestrado, por exemplo, desenvolvi um sistema de gerenciamento para uso agrícola de lodo de esgoto, um tema ambiental relevante. Já no doutorado, criei um detector de baixo custo para captação de sinais de ECG, unindo saúde e tecnologia. Essas experiências mostraram que a pesquisa transforma ideias em soluções que impactam a sociedade.
Pergunta: Qual linha de pesquisa desenvolve atualmente?
Resposta: Hoje meu foco principal está em cibersegurança, tema cada vez mais urgente. Paralelamente, sigo com projetos em Engenharia Biomédica, como o monitoramento de frequência cardíaca com tecnologias acessíveis. No pós-doutorado, quero aprofundar ainda mais essas conexões entre saúde e tecnologia.
Pergunta: Já participou de projetos financiados?
Resposta: Sim. Atualmente coordeno um projeto de pesquisa em cibersegurança financiado pela Unifev, que envolve alunos de graduação. Também já participei de iniciativas em gestão agrícola, saúde, automação e robótica.
Pergunta: Quais os maiores desafios da sua trajetória?
Resposta: Equilibrar ensino, gestão e pesquisa. Além das aulas e orientações, também atuei em funções administrativas e na área de tecnologia da informação pública, o que exige muita organização.
Pergunta: E os maiores aprendizados?
Resposta: Percebi que a pesquisa precisa ser multidisciplinar. Os melhores resultados vêm quando diferentes áreas se unem. Também aprendi que pesquisar exige persistência e resiliência: erros e recomeços fazem parte do processo.
Pergunta: Cite um projeto do qual se orgulha.
Resposta: O detector de baixo custo para captação de ECG. Ele representa a ideia de pesquisa em que acredito: acessível, inovadora e com impacto social.
Pergunta: Qual a importância da iniciação científica?
Resposta: É o primeiro passo para despertar a curiosidade investigativa no aluno. A iniciação científica ensina a formular perguntas, estruturar métodos e buscar respostas. Além disso, ajuda a se destacar no mercado e abre portas para a pós-graduação.
Pergunta: Que dica daria para os alunos que querem começar a pesquisar?
Resposta: Não espere uma ideia “genial”. Muitas pesquisas surgem de pequenas dúvidas do dia a dia. O importante é ter curiosidade, não ter medo de errar e procurar um professor orientador. E, claro, ter paciência e persistência.
Pergunta: O que não pode faltar no perfil de um pesquisador?
Resposta: Curiosidade, senso crítico, ética e persistência. E, sobretudo, saber trabalhar em equipe, porque ninguém faz ciência sozinho.
Pergunta: Como a pesquisa impacta suas aulas?
Resposta: Ela transforma completamente a dinâmica em sala. Trago exemplos reais, problemas atuais e soluções em desenvolvimento, o que conecta teoria e prática e torna o aprendizado mais significativo para os alunos.
Pergunta: Quais áreas gostaria de explorar no futuro?
Resposta: Pretendo avançar em cibersegurança aplicada à saúde digital e também em inteligência artificial para educação. São áreas com grande potencial de impacto social.
Pergunta: Um cientista que o inspira?
Resposta: Admiro Alan Turing pela contribuição à Computação. Mas destaco também pesquisadores brasileiros, como a Profa. Dra. Laurita dos Santos, minha orientadora no doutorado e pós-doutorado, e o Prof. Dr. Moacir Fernandes de Godoy, referência em Cardiologia. Ambos tiveram grande impacto na minha formação.
Pergunta: Complete a frase: Fazer pesquisa é…
Resposta: “…transformar curiosidade em soluções concretas que impactam vidas, conectando ciência, tecnologia e sociedade”.