As crianças que participam de exercícios e jogos de consciência fonológica apresentam melhor desempenho em leitura e escrita
Consciência fonológica é a habilidade de reconhecer e manipular os sons que compõem a fala, ou seja, entender que a palavra falada se constitui de partes que podem ser segmentadas e manipuladas. É a capacidade de dividir de modo consciente as palavras em suas menores unidades, em sílabas e em fonemas. Habilidade metalinguística de tomada de consciência das características formais da linguagem, é compreendida em dois níveis: a consciência de que a língua falada pode ser segmentada em unidades distintas, ou seja, a frase pode ser segmentada em palavras, as palavras em sílabas e as sílabas em fonemas; e que palavras são constituídas por sequências de sons e fonemas representados por grafemas.
Um dos métodos que mais se utiliza dos processos dessa consciência denomina-se método fônico. Ele enfatiza que, quando a criança começa a conhecer o alfabeto e as correspondências entre som e letras, faz associações e internaliza as regras dessas correspondências fonológicas necessárias para ler. Desse modo, utiliza a estratégia de decifração alfabética, tendo acesso ao significado (sentido) das palavras.
O método fônico respeita as etapas e o ritmo de desenvolvimento das complexas estruturas e processos de aprendizagem envolvidos na leitura e na escrita. Tem como pré-requisito principal a discriminação fonológica, que é a capacidade de ouvir e discriminar sons, propiciando uma consciência das unidades menores das palavras chamada, assim, de consciência fonêmica.
A consciência fonêmica implica na operação consciente sobre os segmentos sonoros menores que as sílabas, ou seja, sobre os fonemas, a partir de seu isolamento. Essa etapa é fundamental, pois a criança só conseguirá estabelecer a relação grafofonêmica (som e imagem da letra) se tiver desenvolvido a consciência fonológica.
Quando as crianças manipulam os sons que constituem as palavras da língua, elas desenvolvem a consciência fonológica e têm a oportunidade de refletir sobre os segmentos sonoros, passando a analisá-los nas palavras (as sílabas, as rimas, as unidades intrasilábicas e os fonemas). Inúmeras pesquisas compararam o desempenho de crianças antes e depois de serem submetidas a atividades de habilidade de consciência fonológica. As crianças que participaram dos exercícios e jogos de correspondência grafofonêmicas apresentaram melhor desempenho em leitura e escrita quando comparadas às do outro grupo.
Essa habilidade se desenvolve à medida que a criança experiencia processos em que:
Alfabetização na hora certa
Devemos sempre considerar que a criança está madura para a alfabetização apenas aos sete anos. Antes disso, a consciência fonológica pode ser desenvolvida em brincadeiras, por meio de leituras e contação de histórias, cantigas de roda, recitação enfatizando a sonoridade, as sílabas, jogos de consciência fonológica, leitura de poemas enfatizando as rimas, leitura de frases com a segmentação em palavras, leitura de palavras com a segmentação em sílabas, mas tudo isso sem compromisso com a alfabetização formal.
Vale ressaltar que a alfabetização precoce não é vantajosa. Pelo contrário, pode resultar em diversos prejuízos futuros para a aprendizagem da criança. Desse modo, antes dos sete anos, a consciência fonológica deve ser desenvolvida de modo natural, em brincadeiras e sempre de modo gradativo e sem nenhum tipo de pressão.
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